O Município de Charrua, conforme levantamento da Emater/RS, tem enfrentado uma severa estiagem desde dezembro de 2024. Embora as chuvas que ocorreram ao longo deste período tenham trazido algum alívio, elas não foram suficientes para evitar perdas significativas nas lavouras. A principal vítima dessa situação tem sido a soja, cujas lavouras sofreram uma redução considerável na produtividade, além das pastagens e também das lavouras de milho implantadas a partir do mês de novembro.

No setor pecuário, a escassez de água tem gerado desafios consideráveis. Os produtores de leite, tanto os que abastecem a indústria quanto os que produzem para subsistência, estão enfrentando sérios problemas. A falta de água expõe o rebanho a riscos sanitários, enquanto o calor excessivo tem afetado tanto o gado quanto as pastagens, resultando na redução da produção de leite. Além disso, o uso antecipado das reservas alimentares tem sido uma medida necessária para garantir a sobrevivência dos animais, mas compromete a sustentabilidade das propriedades no longo prazo.

Outro ponto de preocupação crescente entre a assistência técnica e órgãos públicos é a sequência de eventos climáticos extremos enfrentados pelos agricultores. Muitos têm sofrido com frustrações de safra consecutivas, chegando a casos de até cinco anos seguidos de perdas. Isso tem gerado um passivo de dívidas que ameaça comprometer a viabilidade financeira de diversas propriedades no município.

O impacto da estiagem no município de Charrua não se limita às lavouras e ao setor pecuário. Muitas residências também enfrentam a escassez de água, o que tem levado à necessidade de abastecimento por meio de caminhões. Essa situação tem gerado dificuldades adicionais para as famílias, que lidam com a falta de água tanto para consumo humano quanto para uso doméstico, agravando os efeitos da seca prolongada. Diante desse cenário, a Prefeitura de Charrua, em parceria com a Emater/RS, continua acompanhando de perto a situação, buscando alternativas de apoio e assistência para produtores, agricultores e a população em geral. O momento exige esforços conjuntos entre o poder público, produtores e órgãos técnicos para mitigar os impactos e garantir a recuperação do setor agrícola, pecuário e o abastecimento de água na região.